Canaã dos Carajás (PA) – Um dos crimes mais brutais e misteriosos já registrados na região Sul do Pará permanece sem respostas. Gabrielle Souza Mota, 25 anos, e seu irmão Andrey Pereira Mota, 31 anos, foram assassinados na madrugada do dia 28 de outubro de 2023, no estacionamento da ExpoCanaã, a feira agropecuária do município. Mais de um ano depois, o caso ainda está sem solução e o inquérito policial segue inconcluso.
O crime
Naquela madrugada, os irmãos deixavam o evento quando foram surpreendidos por um homem armado. Segundo testemunhas, os pneus do carro em que estavam haviam sido esvaziados, forçando-os a permanecer no local. O suspeito se aproximou, anunciou um suposto assalto, exigiu os celulares e a chave do veículo e, sem motivo aparente, efetuou vários disparos. Gabrielle foi atingida primeiro, e Andrey, ao tentar protegê-la, também foi baleado.
Após o crime, o atirador fugiu na garupa de uma motocicleta, pilotada por um comparsa que o aguardava nas proximidades. Nenhum pertence das vítimas foi levado, o que reforça a hipótese de execução premeditada.
Indícios de crime passional
Treze dias antes do assassinato, a mãe de Gabrielle, Celma Mota, recebeu uma mensagem ameaçadora por WhatsApp, em que exigiam que a filha “parasse de se envolver com homem casado”. A Polícia Civil conseguiu rastrear o aparelho que enviou a mensagem, mas não identificou quem estava usando o chip naquele momento.
Inquérito sem desfecho
A investigação passou por mudanças de delegados e diversos pedidos de prorrogação. Em abril de 2024, o delegado Luca França assumiu o caso. Até o momento, seis testemunhas foram ouvidas, e foram identificadas pelo menos três motocicletas que circularam na área durante o horário do crime. A participação desses veículos ainda não foi confirmada.
O Ministério Público informou que aguarda a conclusão do inquérito para poder se manifestar. A Polícia Civil, por sua vez, não deu respostas sobre o andamento atual das investigações.
Família pede justiça
A morte dos irmãos abalou profundamente a cidade e deixou marcas irreparáveis na família. Gabrielle, que era engenheira civil, deixou dois filhos pequenos. Um deles vive com a avó materna e o outro com o pai. Andrey, que morava em Xinguara, estava apenas visitando Canaã para comemorar o aniversário do pai.
A mãe das vítimas, que luta incansavelmente por justiça, apela à população para que qualquer informação seja repassada ao Disque-Denúncia pelo número 181. O anonimato é garantido.
Clamor por respostas
Mais de um ano após o duplo homicídio, a sensação de impunidade ainda paira sobre Canaã dos Carajás. O caso que chocou a população permanece sem desfecho, e os responsáveis seguem impunes. A família, os amigos e a comunidade seguem cobrando justiça e o fim do silêncio.