Um trágico caso de violência doméstica e desequilíbrio mental chocou a capital alagoana neste sábado (7), quando o major da Polícia Militar de Alagoas, Pedro Silva, invadiu a residência da ex-companheira e fez a própria família refém. A ocorrência, registrada na Rua Manaus, bairro do Prado, em Maceió (AL), terminou com a morte do filho de 10 anos do oficial e do cunhado dele.
De acordo com o secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), Patrick Maia, o chamado inicial era de um possível homicídio. No entanto, ao chegar ao local, os agentes se depararam com uma situação crítica de sequestro. “No decorrer da negociação, conseguimos salvar três vidas: duas mulheres e uma criança de dois anos. Mas, infelizmente, tivemos duas mortes, que serão devidamente investigadas”, declarou Maia.
O major, que já estava preso na Academia da Polícia Militar por acusações anteriores de violência doméstica, conseguiu fugir da unidade antes de cometer o ataque. A SSP/AL ainda não esclareceu como ocorreu a evasão e garantiu que uma investigação será aberta para apurar as circunstâncias da fuga.
Segundo a SSP, Pedro Silva estava em surto psicótico e agiu de forma extremamente agressiva contra os familiares. “Temos elementos de criança amputada. A criança aparenta ferimento de amputação. Há corte de cabelo. É um local extremamente horrível de ver. Está praticamente uma carnificina”, relatou o secretário, visivelmente abalado.
Entre os reféns estavam a ex-mulher do major, a irmã e o irmão dela, além de seus dois filhos menores – uma criança de 2 anos e o menino de 10 anos, que acabou sendo morto. As negociações foram conduzidas pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), com auxílio da filha mais velha do militar, de 32 anos, que era a única pessoa com quem ele aceitava dialogar.
Durante a intervenção policial, o major Pedro Silva foi morto pela equipe do Bope.
A Polícia Civil ficará responsável por investigar tanto os homicídios quanto a falha na segurança que permitiu a fuga do militar da Academia da PM. O local do crime segue isolado, e as vítimas sobreviventes estão recebendo atendimento e apoio psicológico no Hospital Geral do Estado (HGE).