Em cerca de 90 dias, a população de Canaã dos Carajás e região marcou presença na exposição “Um Norte em Nós” e confirmou: a representatividade é chave importante para a construção de uma cultura diversa e plural. Mais de 5 mil pessoas foram até a Casa da Cultura da cidade para conferir as obras de 12 artistas, com trabalhos produzidos em diferentes linguagens — pintura, fotografia e videoarte. A mostra permitiu aos autores o compartilhamento das mais particulares percepções sobre a Amazônia, destacando a relevância de múltiplas identidades ocuparem equipamentos culturais.
Vinculada ao Instituto Cultural Vale, a intenção da Casa da Cultura foi promover uma conexão entre as vivências artísticas de diferentes territórios paraenses. O projeto, contemplado pelo edital Casa Aberta Amazônia Paraense, está em cartaz desde o dia 14 de março e poderá ser conferido até a próxima quinta-feira, 13 de junho. Para o encerramento, será realizada uma visita guiada com o curador da exposição, Henrique Montagne, Gabriela Sobral Feitosa, coordenadora do espaço, e Jairon Gomes, supervisor educativo da Casa da Cultura, que irá apresentar um relato sobre as práticas educacionais desenvolvidas com os visitantes.
“A exposição reforça a importância de difundirmos ferramentas como os editais, que proporcionam aos artistas a circulação do seu trabalho e a criação de novos diálogos com artistas da nossa região. Então, além de impulsionar a economia criativa, a força do edital consiste em fazer circular a produção artística e proporcionar a pluralidade de conteúdos artísticos na região sudeste do Pará”, pontua Gabriela Sobral Feitosa.
Luciana Gondim, diretora executiva do Instituto Cultural Vale, destaca que a instituição atua pela democratização da cultura, valorizando a diversidade de identidades e expressões artísticas.
“A exposição Um Norte em Nós traz justamente a valorização dos artistas da Amazônia, evidenciando um circuito cada vez mais pulsante na região. Podemos ver a representatividade da arte paraense e a pluralidade das narrativas que esse território nos conta. O Instituto tem fomentado diversos editais regionais, como o Casa Aberta, que trazem oportunidades aos artistas de formar circuitos plurais, evidenciar novos nomes da arte contemporânea e fortalecer seu trabalho dentro do campo da produção artística”, ressalta Gondim.
Também para marcar o encerramento da mostra, será apresentado o espetáculo Show de Casa, com atração musical do artista Tom Ferreira, que traz em seu repertório clássicos do brega paraense.
Com curadoria de Henrique Montagne, a exposição propôs uma experiência imersiva sobre pertencimento, ancestralidade e a conservação do território. Para a escolha dos projetos artísticos, o curador acompanhou por dois anos o cenário artístico paraense.
“Trouxemos artistas emergentes e estabelecidos. Essa exposição é uma continuidade das minhas reflexões sobre identidade, ancestralidade, cultura e natureza amazônica. A mostra traz representações decoloniais, exibindo as complexidades e semelhanças do nosso território”, explica Henrique.
Apesar das diferentes linguagens, todas as obras se conectam com o sentimento de pertencimento e expressão individual dos artistas. “Tem coisas que só cabem em vídeo. Outras apenas na pintura ou na fotografia”, completa.
“São 12 artistas de regiões diferentes do estado. Cada um trazendo suas verdades e reflexões sobre o Norte. Fiz a curadoria trazendo obras que dialogam entre si, de artistas da Ilha do Marajó, Belém, Breu Branco, Canaã dos Carajás, Marabá e Abaetetuba”, finaliza o curador.
“Um Norte em Nós” foi uma coletiva com trabalhos de Mayara Yamada, PV Dias, Bárbara Savannah, Diego Azevedo, Antônio Dias Júnior, Glenda Beatriz, Rafa Cardoso, Avitor Luz, Chico Ribeiro, Toninho Castro e Wendrel Dias. Os artistas são de Belém, Ananindeua, Ilha do Marajó, Cametá, Abaetetuba, Marabá e Canaã dos Carajás.
A exposição convidou o público a refletir sobre os caminhos e narrativas das artes visuais nos territórios paraenses. Como os rios da Amazônia, “Um Norte em Nós” representou um fluxo criativo com significados políticos, artísticos e sociais — com recortes de gênero, sexualidade e raça.
Como parte da programação, foi promovida a oficina Pintura Tridimensional com Bárbara Savannah, unindo pintura e escultura em atividades que incentivaram os alunos a explorarem a paisagem e elementos naturais.
Desde 2021, a Casa da Cultura é um espaço do Instituto Cultural Vale. Tornou-se referência em arte-educação no Pará, oferecendo aulas de música, dança e teatro para cerca de 700 pessoas. Também promove exposições, oficinas, espetáculos e ações voltadas às comunidades do sudeste paraense, com o objetivo de fortalecer o território e garantir acesso à cultura.
O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Patrocina e apoia projetos em parcerias que conectam pessoas, iniciativas e territórios. Desde sua criação em 2020, já apoiou mais de 800 projetos em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Entre os espaços culturais próprios patrocinados estão: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e a Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA).
Mais informações: institutoculturalvale.org
Encerramento da exposição “Um Norte em Nós”
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