Um dos líderes do Comando Vermelho, Márcio Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, protocolou um pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última segunda-feira (14/10). O traficante solicita que os 16 anos que já passou no sistema penitenciário federal sejam contabilizados em dobro para fins de cumprimento de sua pena.
A defesa de Marcinho VP alega que as condições a que ele foi submetido desde 2007 são “desumanas” e configuram “tortura”, o que justificaria a aplicação do abatimento. Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária Federal de Campo Grande, após passagens pelos presídios federais de Catanduvas, no Paraná, e Mossoró, no Rio Grande do Norte. Condenado a mais de 50 anos de prisão, o traficante permanece em regime de segurança máxima.
O pedido da defesa se baseia em uma resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que concede esse benefício a detentos do Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, no Rio de Janeiro, e do Complexo Penitenciário do Curado, em Pernambuco, devido às condições degradantes nas quais esses presos são mantidos.
No caso de Marcinho VP, os advogados destacam que o traficante enfrenta uma série de privações, como a falta de alimentação adequada, dificuldade de acesso a tratamentos de saúde e restrições severas no contato com familiares. Além disso, desde 2018, ele sofre com problemas psicológicos, incluindo insônia, apatia, ansiedade e risco de suicídio. Laudos de psiquiatria forense reforçam esses diagnósticos, com a defesa descrevendo a situação do traficante como “enlouquecedora”, devido ao confinamento de 22 horas por dia em uma cela de apenas 7m².
O pedido para o abatimento já foi negado pela Justiça Federal do Paraná, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Agora, caberá ao ministro Gilmar Mendes, do STF, decidir sobre o habeas corpus.
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